Flash, zoom, ângulos, equipamentos pesados, vários lugares para onde ir, uma aventura em busca da foto perfeita
Elaine Silva
Dani Mendes
Foto: Divulgação Pedro Lima |
Assim
se passam vários anos, e quando menos esperamos já estamos escolhendo o nosso
futuro. Alguns seguem a linha de quando nasceram, outros se aventuram em várias
áreas, mas poucos descobrem no inicio no que se formar.
Todos
pensam que é um trabalho banal, que é apenas uma questão de clicks, carregar
equipamentos e viajar, tudo pura diversão, entretanto ninguém vê o que realmente
está por trás de ser um fotógrafo, como eles decidiram seguir essa carreira, como
eles buscam a foto perfeita, como realmente é a sua vida.
Seguindo
esse pensamento buscamos relatos de dois profissionais Pedro Lima e Rodrigo Pazinato, que em seus trabalhos
mais recentes cobriram o evento EXPOGRANDE-MS 2016.
Os dois combinam em suas respostas, menos quando o
assunto é cobrir shows, pois Pazinato já teve experiência com uma famosa
cantora e relata que possuiu algumas regalias que seus demais companheiros, como
por exemplo, o acesso a espaços do palco e lugares onde seus parceiros nem
sonham.
Para Pedro a questão já é bem diferente, como ele
não possui essas regalias o mesmo relata que já deixou diversas vezes de tirar
uma foto perfeita por conta de de não possuir acesso, existe muita falta de comunicação,
e eles quase nunca possuem apoio dos seguranças dos artistas. “Se
você é fotografo de uma feira, a feira faz o seu credenciamento, mas o artista
não sabe, a produção não sabe que você tá trabalhando para o evento”, relata o
fotógrafo.
Para todos os fotógrafos, os casos que mais
incomodam é o publico, a hostilidade sofrida pelos profissionais é fruto da
falta de compreensão das pessoas, para se trabalhar uma imagem é necessário um
certo espaço de movimentação, em um evento com populares não se tem essa facilidade,
com a atenção toda na câmera é inevitável os esbarros e trombadas nas pessoas
passando, quando se dá um passo para trás ou para o lado, em busca de um melhor
ângulo.
Sempre seguido de um pedido de desculpa, mas nem
sempre é o suficiente, podendo receber xingamentos, um empurrão de volta, ou
para casos mais suscetíveis até agressões mais graves. “É preciso manter o bom
humor na profissão, mais que tudo, para não acabar em saias justas”, relata Pedro.
Pedro Renato afirma que a parte mais incômoda, para
não dizer perigosa do evento é cobrir os shows, não tem um espaço adequado e as
pessoas não entendem, ele afirma que ficar no meio do povo dançando, enquanto
você tenta ficar parado é desastroso, ninguém da à mínima pra você, empurrões e
pisadas no pé são praticamente certos e sair com hematomas é normal. Tirar
fotos de qualidades nessa hora não é questão de talento, mas sim da educação
dos espectadores.
Foto: Divulgação Rodrigo Pazinato |
”Minha profissão é fotografar um show, eu tenho que
andar no meio do público e para isso vou ter que enfrentar algumas coisas, eu não
posso mandar todos saírem do caminho para eu trabalhar, as pessoas devem curtir
o show e eu tentar contornar as pessoas para conseguir as fotos”, relata
Rodrigo.
Em suas horas vagas sempre buscam estudar, “A
vida por trás das lentes se resume em estudos sobre o artista, você procura se
espelhar em alguém que está fazendo umas fotos boas, geralmente no dia, procura
estudar sobre a pessoa, o que ela faz de diferente, o que você pode fazer de
diferente nesse show. Você não está tentando fazer igual, você está procurando
fazer o melhor”, discorre Pedro.
Rodrigo
alega que gosta de uma vida sem roteiros, tem vantagens e desvantagens, ai vai
de cada pessoa. “Eu sou uma pessoa que gosta muito de uma vida sem rotina e
agitada, eu gosto muito de fotografar, gosto muito de viajar, então a
fotografia de shows me isso proporcionou nesses anos que eu to ai, conhecer o
Brasil inteiro”, relata Pazinato
Rodrigo
ainda fala um pouco sobre as desvantagens. Por exemplo, já teve que acompanhar
a agenda do artista e da banda, e acaba não podendo ter uma vida social
regrada. “Tudo depende da disponibilidade, que você quase nunca tem, mas nem
por isso ele deixa de lado essa paixão que tem por eternizar os momentos”. complementa Rodrigo.
Mesmo com todas as dificuldades vivenciadas pelos
fotógrafos a paixão que eles possuem é inigualável, pois são eles que registram
um beijo apaixonado, o olhar de um fã ao ver seu ídolo, simples animais ou a
natureza desconhecida aos olhos do ser humano. Um trabalho com altos e baixos,
mas de extrema importância na vida de todos. Sem eles não teríamos registro de
momentos especiais.