O projeto busca mostrar a influência da cultura africana no Brasil
André Felipe
Foto: André Felipe |
O projeto “Africanidades” é uma exposição feita
pelos alunos da Escola Estadual Joaquim Murtinho com o objetivo de retratar
todos os aspectos do continente africano, como a filosofia e literatura
africana, tribos africanas, culinária negra e a influência da África no nosso
país.
Um dos assuntos expostos no trabalho é sobre as
bonecas negras “Abayomi”, que tem um valor histórico de luta a resistência à
escravidão. A professora de Sociologia Luciana Trevisan conta que as bonecas
eram feitas pelas mães para amenizar a tristeza dos filhos. “Existia muito sofrimento naquele momento que
eles saíam da África em direção ao Brasil, e algumas crianças viam aquele
sofrimento e morriam, algumas eram jogadas ao mar, e para consolá-las, as mães
faziam as bonecas com as próprias roupas e davam para as crianças”.
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A culinária negra foi uma das exposições do projeto
e a mais famosa delas é a feijoada. Para a professora de Artes Cláudia Pola, a
feijoada era a comida dos escravos feitos com os restos dos porcos que os
senhores jogavam fora. “A feijoada era
feita com as orelhas e pernas dos porcos que as elites jogavam fora e os
escravos pegavam a faziam a feijoada. Hoje em dia, até as elites comem
feijoada. O que antes era comida que ninguém queria comer, hoje é conhecido por
todas as pessoas”, explica.
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O professor de História e coordenador do projeto
Izadir Oliveira conta que o objetivo do trabalho é mostrar vários aspectos da
África e desfazer estereótipos que a sociedade tem quando pensam sobre os povos
africanos. “A gente faz o projeto
pensando em trazer o conhecimento e desfazer alguns estereótipos que as pessoas
têm quando pensam na África, como a capoeira e o candomblé, que são
brasileiras, mas acham que são da África, pensam que a África é um país e não
um continente, no folclore, que a representação do negro no folclore é safado e
preguiçoso.”
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O coordenador também busca desmistificar uma
confusão que as pessoas têm sobre a relação entre os negros e a escravidão. “Uma confusão das pessoas é que os negros
eram apenas escravos, mas na verdade era que os africanos tinham imperadores,
reis, exércitos. Os imperadores mais fortes do mundo eram negros”, explica.