Veja a linha de pensamento que aponta um ponto positivo na orfandade
Marcus Maluf
Foto: Denis Varmassera |
FQual
a importância do personagem “pai” na vida de uma criança? E a “mãe” será que
ela é mesmo um pilar solido?
Tatiane
Ajala, 32 anos, traduz tipicamente o retrato de muitas mães mundo a fora, teve
como base uma criação religiosa, meio pelo qual conheceu o pai de seu hoje
filho “Nicolas” com 7 anos de idade. A relação de namoro seguiu aparentemente
normal, após o casamento Tatiane notou um comportamento com certos distúrbios,
o que para ela era um simples descontrole aos olhos da lei era crime de cárcere
privado, pois seu ex-marido após as discussões segundo ela a trancava dentro de
casa.
Um
ano e quatro meses após o casamento descobriu que estava grávida. “Eu parecia
uma menina que tinha aprontado com uma ‘paquera’ e tinha tido uma gravidez não
desejada, mas eu queria sim o bebê falo pelo susto, pois eu já não sentia
segurança em meu casamento”.
Com
três meses de gravidez tiveram, como ela mesma disse, uma pequena discussão,
onde ele mostrou total descontrole, foi quando começaram a aparecer os
primeiros sinais de violência, aflita a jovem ainda esperava mudança por parte
de seu então marido, que a essa altura já havia ameaçado Tatiane de morte.
No
seu sétimo mês de gravidez descobriu que estava sendo traída, foi quando nesse
mesmo dia recebeu uma ameaça do seu ex-companheiro com uma faca, que logo em
seguida usou de violência corporal agredindo Tatiane, que mesmo grávida teve
sua cabeça e costas machucadas.
Depois
do registro de boletim de ocorrência baseado na lei “Maria da penha” houve
então a separação oficial.
“O
pai do Nicolas nunca ajudou na criação dele, no dia da audiência do divórcio
ele disse: coloca sem visitas não tenho interesse na criança” declara
emocionada.
Tatiane
se enche de orgulho ao dizer que cria seu filho sem o pai, “ele é amoroso superinteligente,
com sete anos está na terceira série, ele lê desde os cinco anos” fala
referindo-se a seu filho.
O
que Tatiane talvez não imagine é que seu filho Nícolas está propício a ter
diferenciais espetaculares, como os filhos de varias mães existentes mundo a
fora.
A
mudança se dá primeiramente no desenvolvimento do caráter de superproteção aos
que estão em sua volta. Celebridades como BONO VOX (vocalista da banda U2),
referencia quando o assunto é paz mundial, ganhador de prêmios importantes
entre eles o NOBEL DA PAZ EM 2008, os rappers: EMICIDA E PROJOTA que incentivam
multidões das periferias no Brasil e no mundo, sem falar é claro do famoso
50cents que faz um trabalho social magnífico na áfrica, jogadores de futebol,
enfim, todos eles foram criados com a falta de mãe ou pai, isso tem uma
explicação.
Segundo
a psicóloga Avany Cardoso Leal, (psicóloga clínica e professora universitária)
isso não ocorre por um acaso, ela explica que a orfandade de qualquer gênero
deixa marcas profundas, e o que ocorre é uma identificação, muitas vezes
inconsciente, que leva o individuo a ter princípios que trazem a posições
sociais nas quais permitem ajudar e entender o pensamento humanitário. “Como se
a pessoa se resgatasse através da ajuda para o outro, como uma forma de
cicatrizar suas próprias feridas”.
Ela
ainda explica que devemos levar em consideração, que a pessoa que acompanha o
filho (pai ou mãe) deve sim observar muito o comportamento durante a formação
de seu caráter, pois a ideia de superproteção formada no pensamento da criança
pode deixá-la exposta a situações de perigo por ser vulnerável a circunstâncias
do mundo.
“O
material para construção de um caráter solido, está nas migalhas que a vida lhe
proporciona, migalhas são pequenas partes do que chamamos de resto, resto é
aquilo que descartamos? Não, resto é indústria do caráter”.