De acordo com a pesquisa, até mentirinhas pequenas como “eu não vi meu e-mail hoje”, pode viciar seu cérebro te levando a cometer delitos maiores
Rayanne Cubel
Foto: Istock |
Infelizmente
mentir não faz o nariz crescer, mas afeta de outra maneira o seu corpo. Após um
estudo realizado pela Universidade de Londres, contar algumas mentirinhas
pequenas podem provocar alterações físicas no cérebro. Isso faz com que a
pessoa se torne mais propensa a mentir em momentos importantes de suas vidas.
Geralmente
quando uma mentira é contada, as pessoas se sentem um pouco mal. Esse
sentimento é uma reação provocada pela amígdala, ou seja, é uma parte da região
cerebral que está ligada a regiões de medo. Ela funciona como uma espécie de
controle natural para limitar as mentiras contadas. Os cientistas descobriram
que quando se é contada uma sequencias de mentiras, mesmo que sejam pequenas e
sem importância, esse freio natural do cérebro vai ficando mais fraco.
Os
pesquisadores reuniram cerca de 80 voluntários e acompanharam seus cérebros
enquanto jogavam a partida de um jogo. Esse experimento consistia em adivinhar
quantas moedas havia no pote de da outra pessoa, sendo que esse jogo havia
várias modalidades.
Uma delas era que um dos voluntários poderia dar
uma “mentidinha” superestimando a sua quantidade de moedas no seu pote, isso
faria ganhar mais pontos e a outra pessoa ficar com menos. Conforme o jogo
prosseguia, os voluntários eram cada vez estimulados a mentir e a atividade da
amígdala era cada vez menor, como se o cérebro estivesse sendo adaptado a
mentir.
Após
a análise do estudo, os pesquisadores concluíram que o cérebro não tem apenas
só a capacidade de se acostumar com mentiras, mas a qualquer coisa. “Nós só
testamos a desonestidade das pessoas nesse experimento, mas o mesmo princípio
talvez seja aplicável a outras ações, como se expor a riscos ou ter
comportamentos violentos”, afirma o cientista Neil Garrett, coautor do estudo.