Mostra Cinema e Imprensa começa na capital com sessões e debates sobre o jornalismo

Com filmes que abordam a imprensa e a mídia, a mostra inicia abordando o sensacionalismo no jornalismo popular

Ariel Dorneles

Foto: Divulgação do Evento
Começou ontem, 17, a Mostra Cinema e Imprensa com a temática abordando jornalismo, imprensa e mídia. O evento, que tem duração a semana toda, é uma realização do Museu da Imagem e do Som (MIS) em parceria com o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de MS (SindJor-MS), com a curadoria do jornalista e professor universitário Clayton Sales.

Além de poder assistir de forma gratuita a filmes consagrados, o público contará com debates ao final de cada sessão. Na abertura da Mostra, a jornalista da TV Record, Ellen Genaro, falou de sua recente dissertação de mestrado sobre jornalismo popular sensacionalista que tinha relação com o filme exibido, “O Abutre”.

Para a coordenadora do MIS, Marinete Pinheiro, o debate se torna fundamental pois os temas abordados são da atual realidade do jornalismo. Pinheiro acredita que por meio do debate é possível entender e rever o papel da imprensa na sociedade. “É a primeira vez que realizamos essa Mostra. Precisamos discutir os meios de comunicação e sua influência na sociedade. As pessoas são muito ligadas à televisão e site de notícias, que são referência na formação de opinião”.

A jornalista Ellen Genaro contou um pouco da trajetória no jornalismo e sobre a vontade de compreender mais o jornalismo televisivo, a qual ela faz parte, para desenvolver um trabalho melhor, menos sensacionalista, mais humanizado, esse que foi o ponto de partida para a pesquisa de mestrado.

Humanização dos atores da notícia é o que falta para um jornalismo mais ético, segundo a jornalista “O jornalismo policial continua, mas não tão sensacionalista como antes. Hoje se trabalha mais as sensações. Aquele modelo tradicional, “quadradão”, teve que ser banido porque o telespectador quer interagir, quer se sentir privilegiado”.

A acadêmica do curso de Filosofia de Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Rebeca Beatriz Lopes Cruz, acredita que o que ocorre hoje é uma banalização do mal “tem uma filósofa chamada Hannah Arendt que fala sobre isso: a banalidade do mal”, para a acadêmica as pessoas se interessam mais pela violência, o que pode refletir em uma própria natureza do ser humano. Rebeca pontua que “Para ser jornalista não pode ter medo de morrer. Eu gosto de jornalismo, mas é uma área na qual não me arrisco”.

Com filmes que abordam a imprensa e a mídia, a Mostra ocorre até a próxima sexta-feira (21) trazendo sempre um profissional da área para realizar um debate.