A pesquisa está no primeiro teste clínico, onde a droga foi testada em 32 pacientes, que tiveram resultados promissores ao tratamento da doença
Sabrina Fernandes
Foto: Val Altounian |
Pesquisadores
descobriram uma nova droga que combate a doença de Alzheimer. A droga em teste
reduz a formação das placas senis no cérebro de pacientes, tornando-se uma descoberta
favorável ao tratamento da doença, que ainda não têm cura.
O estudo
foi realizado nos laboratórios de pesquisa da farmacêutica Merck, e foi publicado
ontem (2) na revista “Science Translational Medicine”. A pesquisa está apenas no
primeiro teste clínico, onde a droga foi testada em 32 pacientes. Com os
resultados positivos da pesquisa, os testes seguiram com maior demanda de
pacientes nas próximas fases do estudo.
O
Alzheimer é uma doença que afeta milhões de pessoas pelo mundo inteiro, e
caracteriza pela perca de memória da capacidade de fazer tarefas cotidianas,
alteração na personalidade e perca das funções motoras. A doença se manifesta através da presença de
placas senis no cérebro, entre os neurônios, e também pela formação de
emaranhados da proteína no interior da célula nervosa.
As placas
senis são compostas pela proteína beta-amiloide. A nova droga possui a
verubecestat, enzima chamada BACE 1, na qual possui um papel importante na
produção da proteína beta-amiloide.
Pesquisadores
de todo o mundo já fizeram estudos tentando desenvolver componentes capazes de
bloquear a enzima BACE 1, entretanto os resultados foram negativos, provocando
efeitos adversos gravíssimos. Esta foi a primeira droga experimental aprovada
para a realização de testes clínicos de fase 3, onde envolve maior demanda de
pacientes.
Os testes
feitos em ratos e macacos em laboratórios revelam que uma única dose da droga
oral foi capaz de reduzir consideravelmente o nível de proteína beta-amiloide
no sangue e no fluido cérebro-espinhal. Além de inibir a BACE 1, o teste desenvolvido mostrou que os animais não
manifestaram sinais de toxidade com a droga.