A semente é extremamente tóxica e leva a morte. É usada para emagrecimento, no entanto, não possui registros na Anvisa
Sabrina Fernandes
Foto: Internet |
Foi
publicada hoje (18) no Diário Oficial do Estado, uma resolução que proíbe a
fabricação, importação, divulgação, publicidade, comércio e uso das sementes da
planta noz-da-índia no estado. A semente é utilizada no preparo de chá para
emagrecimento e comercializados em lojas de produtos naturais.
A
resolução criada é da Secretária estadual de Saúde de Mato Grosso do Sul (SES),
na qual já entrou em vigor, determinando o recolhimento do produto em estoques
nos estabelecimentos de venda, e a inutilização da semente.
Segundo
a secretária, a medida foi tomada por conta da intensidade de divulgação da
semente, na qual a internet está sendo usada como meio de divulgação sem
crédito, relacionando o uso da planta como produto de emagrecimento, devido as
suas propriedades laxativas. No entanto, existem diversas referências à
toxicidade da noz-da-índia, principalmente aquelas não processadas, que contem
saponinas (toxalbumina) e forbol.
O
Centro Integrado de Vigilância Toxicológica do estado (Civitox) emitiu uma nota
em fevereiro deste ano, alertando a população sobre os riscos de intoxicação do
uso da planta, onde apenas uma semente é capaz de levar a esse quadro, de
acordo com a secretária.
Segundo
informação, o uso da planta causa vômitos, náuseas, cólicas abdominais
violentas, tenesmo e diarreia, evoluindo para sede intensa nas mucosas,
desorientação, fraqueza. E nos casos graves o quadro evolui para aumento da
temperatura corporal (hipertemia), aumento da frequência cardíaca com
respiração irregular, desidratação acentuada, cianose (pela roxa), dilatação
das pupilas (midríase).
De
acordo com a resolução, nos estados de Goiás, São Paulo e Espírito Santo
existem relatos de mortes e intoxicação grave causada pelo uso da semente.
Sendo já proibido o uso da noz-da-índia na Espanha, Chile e Austrália por causa
da toxidade.
A secretária
explica que a noz-da-índia e seus derivados não possuem registro da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e mesmo assim a divulgação do
produto continua ostensiva e abusiva, de forma enganosa prometendo “perda de peso e emagrecimento sem
risco à saúde”.
E
ressalta também, outro grave problema de fraude do produto, onde os pacotes da
semente são trocados pelos da planta “Chapéu de Napoleão”. Em alguns países
como México, Argentina e Austrália a venda do “Chapéu de Napoleão” é proibida,
por ser extremamente toxica e ter efeitos cardiotóxicos causando arritmia
cardíaca e morte.
Quem
descumprir a resolução da secretária estará sujeito a penas como: apreensão e
inutilização dos produtos; advertência; interdição do estabelecimento; cancelamento
do alvará; licença e autorização de funcionamento e pagamento de multas entre
outras punições, de acordo com o código sanitário do estado.