Entre os viciados tecnológicos estão jovens, adolescentes e até mesmo pais de adolescentes
Lene Fernandes
Em casa, no trabalho, no transporte
coletivo e até mesmo nas escolas a cena é mesma, em um hábito aparentemente
inofensivo, pessoas que olham fixamente para seus celulares, muitas chegam até
mesmo a perder a noção do tempo e espaço, estamos falando de uma doença da
modernidade chamada dependência tecnológica.
O assunto é tão sério que há alguns anos o
Setor de psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo já oferece tratamento de desintoxicação a esses viciados tecnológicos.
De acordo com a psicóloga Sylvia Enck, diversas pessoas procuram o Instituto,
porém a maioria não permanece no tratamento durante o tempo necessário. “Já
atendemos cerca de 180 indivíduos entre jovens, adolescentes e pais”, comenta.
Para ela os sintomas de dependência estão
na maioria dos casos entre os adolescentes, que costumam demostrar irritabilidade
e variação de humor quando são obrigados a ficar sem o acesso a internet, nesse
caso é necessário alerta, pois esses já são sintomas de dependência.
Simone Andrade é cozinheira tem um filho de
13 anos, que embora não tenha sido diagnosticado como viciado em tecnologia
passa a maior parte do dia conectado, “ele costuma ter atitudes agressivas
quando precisa desligar o computador”, relata Simone.
Para os especialistas no assunto, o
primeiro sinal de compulsão por tecnologia é quando o indivíduo abandona as
suas atividades de rotina para atender somente às necessidades virtuais.
Diferente dos processos de desintoxicação
que o foco é a abstinência, o tratamento para a dependência tecnológica leva o
paciente ao uso equilibrado das ferramentas tecnológicas, mas isso sem
retirá-lo totalmente do mundo virtual, comenta a terapeuta Denise Cherniauskas,
que possui uma bagagem de 17 anos no tratamento de compulsão, alcoolismo e
drogas. Para a especialista, a dependência é algo grave que jamais deve ser
minimizado.