Médicos afirmam, Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) pode ser provocado por sentimentos como angústia e ansiedade

Segundo especialistas pessoas que não conseguem lidar com seus sentimentos podem vir a desenvolver o TOC 

Lene Fernandes

O que parecia ser uma simples vontade de arrumar algo que estivesse fora do lugar começou a tomar proporções cada vez maiores na vida da auxiliar de escritório Silvia Rizzuto, 39 anos. Ela conta que desde a adolescência, se não colocasse determinada coisa em lugar apropriado, passava o dia inteiro pensando sobre isso, mas somente aos 31 anos recebeu o diagnóstico informando que ela havia desenvolvido um transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), logo em seguida Silvia iniciou o tratamento.

Para muitas pessoas que desconhecem a seriedade do assunto o TOC é tratado como “mania”, elas acreditam que somente com uma mudança de pensamentos esse problema será resolvido. “O TOC é uma doença e não uma frescura como muitos pensam”, declara a auxiliar de escritório.
Basicamente, uma pessoa que tem TOC tem comportamentos considerados estranhos para a sociedade. Suas principais características são “rituais” de difícil controle, que estão ligados à saúde, higiene, organização, simetria ou perfeição.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a compulsão é considerada o quarto diagnóstico psiquiátrico mais frequente, e até 2020, os transtornos relacionados à compulsão vão estar entre as dez causas mais importantes de comprometimento por doença.
A terapeuta cognitiva Patricia Aguiar, 42 anos, afirma que para que uma pessoa possa ser diagnosticada como portadora de alguma compulsão, é necessário apresentar intensidade nos sintomas, acompanhados de desconforto que interfiram em suas rotinas diárias. “O que diferencia os compulsivos é que isso acontece frequente e incontrolavelmente”.

Diz também que por meio de exames como tomografias computadorizadas é possível identificar o aumento de atividades cerebrais em duas regiões do cérebro dos compulsivos, comparadas com alguém que não apresente o problema. Para Patricia, o comportamento compulsivo é afetado diretamente pelo nível de ansiedade, e somente recua quando há a execução dos atos compulsivos. “Se por alguma razão a pessoa se sente limitada ou impedida de conduzir seus comportamentos compulsivos, sua ansiedade chega a níveis insuportáveis”, comenta.

Para o psicólogo José Oliveira, 65 anos, uma pessoa pode se tornar compulsiva quando não consegue lidar, de forma apropriada, com seus sentimentos, necessidades, desejos e frustações, ela apresenta angústia ou ansiedade, então ela executa voluntariamente o comportamento compulsivo, consciente, repetitivo e automatizado, a fim de reduzir seu mal estar.
Tags