Esse quadro pode atingir tanto crianças como adultos, especialmente os idosos
Lene Fernandes
“O hipotireoidismo é um quadro clínico, não
uma doença, no qual ocorre uma diminuição do funcionamento da tireoide, que é
uma glândula localizada no pescoço, cuja função é a produção de hormônios (T3 -
tri-iodotironina e T4 tiroxina), eles regulam diversas etapas do nosso
metabolismo, regulando as atividades de órgãos importantes, como cérebro,
coração, fígado, e rins”, é o que afirma o médico Dr. Jorge Martins.
Segundo ele, isso ocorre em virtude da
diminuição ou falta desses hormônios, podendo também ser decorrente de várias
doenças na glândula como ausência congênita, deficiência de enzimas importantes
para a produção de hormônios, uso de medicamentos que afetam a produção de
hormônios, doenças autoimunes, em consequência da retirada cirúrgica da
glândula, e em casos raros, como consequência de deficiência de iodo na
alimentação.
Esse quadro clínico pode atingir tanto
crianças como adultos, especialmente os idosos. Nos casos das crianças, pode-se
perceber pelo choro rouco e fraco, prisão de ventre, falta de interação com os
pais e meio ambiente, baixa resposta aos estímulos, pele seca e dificuldade no
crescimento e desenvolvimento. Nos casos dos bebês, se não diagnosticada até 1
mês de vida, pode ocorrer retardo mental, surdez e baixo peso ou altura.
No caso dos adultos, geralmente apresentam
intolerância ao frio, sonolência, prisão de ventre, inchaço nas pálpebras,
perda de apetite, ganho de peso, fraqueza muscular, lentidão no raciocínio,
entre outros.
Foi
o caso de Fernanda Rodrigues, “eu sentia cansaço e sono inexplicáveis. Queria
fazer exercícios, mas faltava aquele ânimo”, conta. Por causa da retenção de
líquidos, ela se sentia inchada e pesada, e a dieta que fazia parecia não
funcionar.
Na maioria dos casos, o quadro de
hipotireoidismo ocorre nas mulheres acima dos 45 anos de idade, onde nessa
faixa etária em média 15% das mulheres apresentam esse quadro, enquanto nos
homens, o número é de apenas 3%.
Nos idosos é necessário atenção, pelo fato
de ser confundido com o envelhecimento fisiológico, já que os sintomas são
semelhantes. Até 7% da população idosa pode ser portadora de hipotireoidismo.
Sendo assim, é necessário fazer exames de função tireoidiana regularmente após
os 40 anos de idade para as mulheres e aos 65 anos para os homens.
Dr. Jorge afirma que o diagnóstico é feito
através de exames, dosagens de hormônios tireoidianos e de auto anticorpos no
sangue, já que a ultrassonografia apenas complementa esses exames.
O tratamento consiste na reposição hormonal
para a tireoide através de medicamentos de baixo custo e acessível a todos, também
com distribuição gratuita pelo governo aos que não podem pagar.