ESPECIAL


Quem foi Marielle Franco?

Tamires Santana e Thays Schneider



Nascida no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, em 27 de julho de 1979, Marielle Franco, era referência na luta pelos direitos humanos. Ela era formada em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). A vereadora foi mãe muito nova, aos 19 anos, quando nasceu Luyara, fruto de um relacionamento com o traficante Marcinho VP.

Em 2006, a socióloga integrou a equipe da campanha que elegeu Marcelo Freixo à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Após a posse dele como deputado, foi nomeada assessora parlamentar dele. Depois assumiu a coordenação da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da assembleia.

Após 10 anos, em 2016, a assessora parlamentar entrou para a política, quando nas eleições daquele ano foi eleita com 46.502 votos para o cargo de vereadora na capital carioca. Marielle Franco foi a quinta mais votada na cidade.

Após isso, a vida política foi dedicada a militância pelos direitos humanos, feminismo e contra ações violentas nas favelas. A luta foi impulsionada após a morte de uma amiga, vítima de bala perdida, durante um tiroteio envolvendo policiais e traficantes de drogas na favela onde nasceu e viveu.

A vereadora vivia com sua companheira, a arquiteta Mônica Benícia. Uma de suas principais frentes de atuação era pelas pautas de movimento LGBT.
Como vereadora, Marielle também trabalhou na coleta de dados sobre a violência contra as mulheres, pela garantia do aborto nos casos previstos por lei e pelo aumento na participação feminina na política.
Em pouco mais de um ano, redigiu e firmou dezesseis projetos de lei, dois dos quais foram aprovados: um que regulou o serviço de mototáxi e a Lei das Casas de Parto, visando a construção desses espaços cujo objetivo era fornecer a realização de partos normais.

Após todo o seu trabalho na política do Rio de Janeiro, e menos de 2 anos de mandado, ela foi assassinada a tiros dentro do carro na capital carioca e vários foram os boatos sobre sua morte.
Entenda a morte de Marielle

No último dia 14 de março no Rio de Janeiro a ex-vereadora Marielle Franco foi morta com quatro tiros na cabeça, no local do crime estava a sua assessora, que ficou ferida e seu motorista que faleceu.

 A morte da vereadora ocorreu dois dias antes a intervenção federal na segurança pública do Rio completar um mês, onde a medida inédita  foi  anunciada pelo Presidente Michel Temer em 16 de fevereiro com apoio dos governadores.

De acordo com a polícia, por volta das 19 horas do dia do assassinato, Marielle chegava à Casa das Pretas, na Rua dos Inválidos, para um debate promovido pela coligação a qual era membro, o PSOL.
Por volta das 21 horas, quando a socióloga deixou o local com a assessora e o motorista, a vereadora começou a ser seguida por um carro modelo Cobalt. No meio do trajeto um outro carro começou a acompanhar o Cobalt na perseguição.

Por volta das 21h30, na Rua Joaquim Paralhes, um dos veículos emparelha com o carro de Marielle e faz 13 disparos: 9 acertam a lataria e 4, o vidro. Mariele e Anderson, o motorista são baleados e morrem e a assessora é atingida por estilhaços, levada ao hospital e liberada.

A principal hipótese da polícia é de execução, pois há boatos que a educadora era membro da fação criminosa comando vermelho.

A comoção do caso Marielle

O caso gerou comoção em todo o país, tanto que há um projeto de resolução para que a tribuna do plenário da Câmara dos Vereadores do Rio passe a se chamar Marielle Franco em homenagem a ela.
O projeto ainda precisa passar pelas comissões de educação e justiça. Por isso, não deve haver tempo hábil para a aprovação até o fim desta semana. A proposta é assinada por seis deputadas e tem o apoio formal de outros 24 parlamentares. Com isso, o projeto já tem votos suficientes para a aprovação.

Além do Projeto de Lei, logo após o assassinato ocorreram diversas manifestações. Em São Paulo, no último domingo (18), 4,3 mil pessoas confirmaram presença em evento de rede nacional o “ Ato Domingo vai ser maior! São Paulo contra o Genocídio Negro”!




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