Especial


Caso Marielle Franco gera repercussões no Brasil e no exterior


Caio Cesar e Nany Sene  
Foto: Divulgação

A morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, ocorrida na última quinta-feira (14), em um bairro do Rio de Janeiro, gerou muita repercussão nas redes sociais tanto no Brasil quanto no exterior. Segundo levantamento da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getúlio Vargas (FGV Dapp), foram 567,1 mil menções no Twitter durante as 19 horas posteriores ao assassinato.


Essas comoções, em sua grande maioria, vieram acompanhadas de luto e apoio às famílias das vítimas. Para falarmos em números, segundo a FGV, cerca de 88% das menções nas redes foram publicações que destacavam a trajetória de Marielle na polícia e em causas sociais, além de apresentarem profundo luto pela perca da ativista. Essas publicações foram endossadas por políticos e militantes ligados a partidos de esquerda, entre eles o ex-presidente Lula, que sugere na postagem que o crime foi um crime político. “Meus sentimentos e solidariedade aos familiares, amigos e companheiros de Marielle Franco, corajosa liderança política. O Rio de Janeiro e a democracia brasileira foram atingidos por esse crime político bárbaro”.

Por outro lado, aproximadamente 7% das publicações usaram a morte da moça para fazer duras críticas a esquerda, defendiam medidas duras de segurança. Além disso, fez uso da discussão para criticar o PSOL e ativistas dos direitos humanos em geral. Eduardo Bolsonaro, deputado estadual pelo Rio, postou em seu perfil no Twitter: “Mais uma lição: se você morrer seus assassinos serão tratados por suspeitos, salvo se você for do PSOL, aí você coloca a culpa em quer você quiser, inclusive na PM”.

O caso também gerou manifestações de importantes entidades mundiais. A Organização das Nações Unidas (ONU) se pronunciou em menos de 24 horas, fugindo de sua tradicional prática de esperar dias para fazer um comentário. Ela emitiu uma dura nota exigindo que houvesse uma investigação sobre o caso, assim como garantias de que os responsáveis fossem levados à Justiça.

Já no Parlamento Europeu, 52 deputados de partidos de esquerda enviaram uma carta ao chefe da diplomacia do bloco pedindo as suspensões das negociações entre o Mercosul e a Europa até que o Brasil emitisse respostas sobre a proteção a defensores de direitos humanos.