Especial

O que se sabe sobre a morte da Vereadora Marielle Franco?

Daniel Renostro e Sullen Lands 

A vereadora do Psol e ativista dos direitos humanos Marille Franco e seu motorista Anderson Pedro Gomes foram mortos a tiros na noite do dia 14 de março, no Centro do Rio de Janeiro por volta das 19:00 horas. Ao sair de um debate para jovens negras promovido pelo seu partido Marielle e seu motorista foram surpreendidos por um carro prata que efetuou diversos disparos.

Imagens do circuito de segurança de comércios locais e da prefeitura do Rio mostram o carro da vítima sendo seguido por dois outros carros. A polícia suspeita que um dos carros ultilizados seja um veículo encontrado abandonado no último dia 18, no municipio de Ubá, há 290 km do local do assassinato, porém a informação ainda não foi confirmada. Até o momento polícia acredita em execução premeditada, dada a ação dos criminosos, mas ainda tenta estabelecer possíveis motivos para o crime. Registros de ligações telefonicas feitas no trajeto percorrido pelos assassinos nos minutos que antecederam o crime também estão sendo investigadas, no local existem 26 antenas telefônicas que serão checadas.

Desde 28 de Fevereiro Marielle era relatora da comissão da Câmara dos vereadores criada para fiscalizar a intervenção, com o poder de aprovar relatórios e providências contra militares e policiais. A vereadora ainda batia de frente se dizendo contra o decreto assinado pelo presidente Michel Temer, no qual dava aos militares poderes amplos para tornar o Rio de Janeiro mais seguro. Antes de sua morte a vítima também sugeriu em seu twitter que o assassinato de um jovem foi o último ato de brutalidade polícial na cidade. Ela era defensora dos direitos humanos e suas principais ações no legislativo criticavam fortemente a atuação de políciais que agiam fora da lei.

O ministério de Segurança Pública informou que as cápsulas de munição usadas no assassinato da vereadora pertecem ao mesmo lote comprado pela polícia Federal de Brasília em 2006. O ministro Raul Jungmann afirmou que a munição havia sido roubada da sede dos correios na Paraíba, porém a agência dos Correios negou a informação.

Marielle tinha 38 anos, era negra, mãe solteira e formada em sociologia, registrou sua primeira candidatura em 2016 e foi eleita com 46502 votos, sendo a quinta mais votada no Rio de Janeiro. A morte da vereadora causou grande impacto social e muita gente foi a rua protestar a sua morte, além disso vários artistas homenagearam Marielle, dentre eles Caetano Veloso, Elza Soares, Mariza Monte, Camila Pitanga e Emicida.

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