Evolução no processo eleitoral das cédulas à urna eletrônica


E qual será o futuro do processo eleitoral

Mariana Pitilin

Votação na época das cédulas
Reprodução/ clicRBS
A implantação da urna eletrônica foi feita no ano de 1996, que computou os votos por municípios, mas apenas em 2000 foram feitas as votações eletrônicas em todo o país. Antes disso as votações eram feitas por cédulas, onde os eleitores escreviam seus votos e depositavam numa caixa de madeira que no momento da votação era fechada e após o encerramento dos votos, era transportada ao Rio de Janeiro para contagem dos votos, mas esse processo levava tempos até ser concluído, levando até cerca de meses.

A funcionária pública do estado, Soraya, de 53 anos comentou que achava esse procedimento mais seguro. “Minha desconfiança era menor e acho que havia mais gente honesta envolvida, gente comprometida”.

Mas com o tempo, algumas pessoas passaram a acreditar que esse processo poderia ser adulterado, “Era um longo período e não há como confiar em algo que seria tão fácil de manipular”, diz o analista de operações, Luiz Henrique, de 34 anos.

Como muitas pessoas não tinham acesso a informações, os candidatos faziam comícios na casa da população para passar suas propostas ao maior número de eleitores.  Soraya lembra que as pessoas se reuniam com frequência nas casas umas das outras.

Mas nem tudo era fácil nesta época nos anos de 1994 eram os coronéis que comandavam a cidade e seus capangas controlavam o voto dos trabalhadores, pois alguns trocavam votos por favores dos patrões, sendo assim o voto não era livre e secreto como deveria ser. E foi por conta disso, que foi implantada a urna eletrônica, onde os votos passariam a ser secretos e sem possibilidades de adulteração.

Desde que a urna entrou em vigor, passou por vários processos e atualizações para passar mais confiança ao eleitor. Alguns dos processos de sigilo, também é a emissão de dois boletins de urna, um no início, que é chamado de “zerésima” que informa que a urna está sem nenhum voto até o momento de sua abertura, e o último conhecido como “boletim de urna” que informa a quantidade de votos de acordo com a quantidade de eleitor por sessão.

Tudo isso para torna mais clara e mostrar a população como funciona o processo para eleger seus candidatos. Mas mesmo com toda essa tecnologia, ainda resta dúvidas sobre a confiabilidade da população em relação a urna eletrônica. “Infelizmente acredito que a urna ainda possa ser burlada, o Brasil e seu histórico corrupto não permite que eu tenha confiança na tecnologia”, acrescenta Luiz.

Em países como a Estônia, o voto é feito online, por meio de uma única documentação que a população possui, fazendo assim com que os eleitores tenham um maior conforto e confiança em relação ao seu voto já que a contagem é feita online e imediatamente contabilizada, “Ideal seria votar em casa via internet e que os votos pudessem ser contabilizados ao vivo, em um site oficial do governo e ultra seguro”, comenta Luiz.

A votação via internet no Brasil ainda não entrou em discussão, mas será que seria essa uma alternativa para driblar a corrupção? Conta para a gente nos comentários sua opinião sobre esse assunto.