Leishmaniose: saiba como proteger seu animal de estimação


Mato Grosso do Sul faz parte das regiões endêmicas

Nany Sene

Foto:Joann Elle 
A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é uma doença grave, causada por um protozoário do Gênero Leishmania, transmitida por um mosquito, popularmente conhecido como Mosquito Palha, que afeta animais silvestres, como: capivaras, antas entre outros e também animais domésticos como cães e gatos, além de ser uma zoonose, ou seja, pode infectar humanos.

Segundo o veterinário Wando Marques a doença pode apresentar duas formas distintas: cutânea, onde as principais manifestações clínicas são na pele, ou visceral onde as principais afecções clínicas são em vísceras (rins, fígado, baço e linfonodos) dos pacientes infectados.

“Alguns sintomas são comuns da doença como emagrecimento; lesões ao redor dos olhos e em pontas de orelhas, de difícil cicatrização; onicogrifose, que é o crescimento exagerado das unhas. Mas ela também pode apresentar-se de forma assintomática, onde o portador não manifesta sintoma clínico aparente” explica o veterinário.

Apesar dos sintomas, para se obter um diagnóstico preciso é necessário realizar exames laboratoriais, como sorologia Elisa e RIFI, citologia de linfonodos, baço ou medula óssea, PCR de linfonodos, entre outros.

Infelizmente a Leishmaniose não tem cura “Nenhum tratamento disponível hoje garante a cura parasitológica da doença. O que acontece hoje é um controle da carga parasitária do indivíduo infectado, reduzindo a chance de transmissão da doença, melhorando a qualidade de vida, e reduzindo os sintomas clínicos dos pacientes que apresentam esses sintomas. Nos pacientes assintomáticos, o tratamento evita a evolução da doença e consequentemente o aparecimento de sintomas clínicos” esclarece Wando Marques.

Apesar de não existir um tratamento que proporcione a cura do animal é possível realizar procedimentos que evite o aumento dos sintomas. “Atualmente existem no mercado uma medicação específica para tratamento da Leishmaniose Visceral Canina, registrado e autorizado pelo Ministério da Agricultura (MAPA), a base de Miltefosina 2%, mas o custo elevado dificulta o acesso ao produto por grande parte dos tutores. Além do tratamento é necessário que haja um monitoramento contínuo com exames laboratoriais trimestrais para acompanhar a evolução da doença” conscientiza o veterinário.

Marques alerta que quem possui amimais de estimação deve ficar sempre alerta principalmente as pessoas que fazem parte dos grupos de riscos (gestantes, crianças, idosos, pessoas e pessoas que apresentam imunidade baixa).

Prevenir é sempre a melhor opção, de acordo com o veterinário, existe no mercado uma vacina preventiva contra Leishmaniose, que garante uma eficácia em torno de 65% de proteção. Mesmo que o proprietário opte por vacinar o paciente, é indicado utilizar alguma forma de repelente associado, para proteger o animal de várias formas distintas, como o uso de repelentes contra o mosquito (coleiras, pour-on, sprays) nos animais e repelentes a base de citronela nos ambientes onde os animais vivem, além da higiene das instalações para evitar a proliferação do mosquito transmissor.

O veterinário Wando Marques da Silva atende no Pet Shop Portal dos Bichos. Rua Cachoeira do Campo, 1129, Campo Grande. Telefone para contato: 99883-0100.