Marina Peralta: a despedida da Cidade Morena


A artista sai em busca de novas experiências e um novo momento em sua carreira

Mayara Fernandes

Foto: @pinhamarela
Marina começou o gosto pela música ainda criança, cantarolando em corais e aos 12 anos ganhou um violão e começou a compor. Nascida em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. Deu inicio a sua carreira profissional em 2013, com influencias na grandeza e complexidade da música brasileira, o Rap, Reggae, R&B, Jazz. Marina optou pelo reggae como estilo musical para compor e a representar. Com assuntos culturais e cotidianos, ela não deixa de retratar denúncias contra desigualdades, espiritualidade e amor em suas composições.

Ao levar assuntos cotidianos, ela já emplacou diversos sucessos como “Ela encanta”, que retrata o lugar da mulher na sociedade, com todos os seus encantos e suas vontades. “Garôa” e “Agradece”, o hit que além de música, foi o título seu CD.

Com um trabalho autoral, leva toda sua suavidade e encanta com o seu som por onde passa, levando a resistência do roots, o empoderamento das mulheres e a força do povo, com pautas de igualdade social, economia e situação dos povos indígenas, deixa o seu repertorio ainda mais crítico e reflexivo, tudo de uma forma singela.

“Me sinto numa missão de vida, como se não tivesse como não estar fazendo isso. E na real é uma troca onde eu aprendo muito. É muito grande ver as pessoas cantando seu som, se identificando. Ainda hoje é sempre muito forte me apresentar, ainda que sem palco. Me senti e me sinto com uma arma poderosa na mão, ou melhor, na voz” conta Marina.

Com o seu crescimento nos últimos anos, a artista se despede desse formato de show com a banda atual da Tour Agradece, e vai rumo a São Paulo, buscar novas experiencias e um novo momento em sua carreira. “Quero manter minha missão e me explorar cada vez mais como artista” diz ela.

Foto: @pinhamarela
Estamos Viv@S, foi realizado no Rota Acústica, no sábado 06 de abril. O show foi uma despedida e um dos marcos na carreira da artista. Com muita chuva durante o dia, foi até cogitado a ideia de atrasos maiores para o show e até mesmo não acontecer o evento.

Com um atraso de alguns minutos, neblina e uma garoa fina, o show e todas as apresentações aconteceram de forma harmoniosa e natural. Aberto a todos os públicos, de crianças a idosos, o show teve stands de comida, arte, show com pyrofagia, roda de capoeira, oficinas para crianças e show de artistas da cidade.

Repleto de alegria, militância, Marina lembrou que lugar de mulher é onde ela quiser e que quando ela encanta, ela emana Luz, emoção e carinho ao público. E com a pauta em diversos assuntos, ela ainda lembra de Mayara Amaral, musicista morta na cidade, e deixa uma homenagem especial a ela.

Com a resistência e persistência no mundo musical, ela alcançou locais que jamais imaginou e tocou em assuntos de tabus diante a nossa sociedade. Marina se despede da cidade, para mergulhar ainda mais no fundo no mundo musical e trazer a sua carreira uma nova visão. E levando uma mensagem “Estamos Viv@s!”
Foto: @pinhamarela