O problema afeta na maioria dos casos jovens em idade
acadêmica
Renan Santos e Enoque Trefzger
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Sociólogo Paulo Cabral fala sobre o motivos
para ter uma
saúde mental abalada
Foto: Tamares Arruda
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Na correria do dia a dia, com muitos afazeres e pouco
tempo, universitários se dividem entre várias ocupações como estudo, trabalho,
família, amigos. A aflição acarretada por todos esses acontecimentos pode levantar
questionamentos quanto a qualidade da saúde mental dos jovens.
Para o sociólogo Paulo Cabral, a
juventude é uma fase complicada, pois o ser humano está em desenvolvimento, ou
seja, uma fase de construção da identidade através da vivência do indivíduo no
presente momento em que se encontra. Nessa construção é necessário um
equilíbrio daquilo já vivido, da herança da infância e pré-adolescência para se
capacitar para a vida adulta.
“Pressão familiar, cobrança da sociedade, falta de
apoio emocional são alguns fatores que contribuem para se ter uma saúde mental
abalada, quando os interesses do jovem, dos pais, da sociedade não convergem
acontece um choque gerando assim um conflito de ideias sobre expectativas de
futuro. Um fator de conflito pessoal dos jovens é a dependência financeira dos
responsáveis que estabelece uma dependência emocional e quando há uma quebra
causa um trauma por ser um momento de incertezas” explicou o sociólogo.
Nos últimos anos com advento da internet e com um novo
estilo de vida, alguns problemas de saúde como a insônia tem sido a realidade
de grande parte da população, principalmente dos jovens. De acordo com a
Associação Brasileira do sono cerca de 40% da população brasileira sofre com o
transtorno. Dormir pouco ou passar a noite totalmente em claro em virtude de
trabalho, estudo, redes sociais é cada vez mais comum na sociedade
contemporânea.
A acadêmica do 8º semestre de jornalismo, Camila
Farias afirma que logo ao depois de ingressar na faculdade passou a sofrer de
insônia devido a pressão da graduação, já que se difere do período do ensino
médio. “No início da graduação era muita festa, saíamos bastante com os colegas
de classe, porém na semana de prova começou a apertar como era diferente do
ensino médio a pressão era bem maior, pois não havia cobrança de professor,
então começou quando eu trabalhava o dia inteiro e estudava a noite, não dormia
para estudar, somente três quatro horas até que um dia não dormia mais”.
Camila ressalta que as crises de insônia começaram a
partir da faculdade, no ensino médio simplesmente trocava o dia pela noite, e
na graduação ficou períodos sem dormir absolutamente nada causando transtornos
na rua rotina e tendo que recorrer a medicamentos sem orientação médica, porém
sem solução para o seu problema.
A estudante acredita que a doença atrapalha no seu
desempenho acadêmico, pois o descanso é fundamental para repor as energias e
ter um bom desempenho no trabalho. No entanto, para a mãe da acadêmica ela não
sofre de insônia por passar tempo nas redes sociais. “Ela disse que eu passo
muito tempo no celular e por isso não consigo dormir”.
Hoje, após algum
tempo da crise de insônia, a acadêmica afirma que trabalha meio período e
consegue tempo para repor suas energias, porém com a chegada do período de
conclusão de curso passou a sofrer novamente do mal devido à entrega do projeto
experimental que visa o passaporte rumo a diploma, porém não afetou tanto como
da primeira vez. Camila finaliza dando dicas para alunos que sofrem de insônia.