A saúde e os perigos da falta de informação

Vlademir é Renal Crônico há sete anos, para ele um dos principais motivos que o levou à doença foi a falta de informação

Lene Fernandes

A insuficiência renal é a perda da função dos rins, ela pode se manifestar nas formas aguda (IRA) ou crônica (IRC). A insuficiência renal aguda pode ser recuperada no espaço de poucas semanas, suas principais causas são a desidratação, intoxicações, traumatismos, medicamentos e algumas doenças como, Glomerulonefrite, Pielonefrite, Rins poliquísticos, além de Diabetes e Hipertensão arterial. Porém entre as doenças que afetam os rins, a diabetes e a hipertensão são as mais frequentes.

Já a insuficiência renal crônica é a perda lenta progressiva e irreversível das funções renais, os rins ficam incapazes de fazer a eliminação de resíduos e excesso de água do organismo.

Sr. Vlademir tem 65 anos e é Renal Crônico há sete anos, ele diz que o principal  motivo que o  levou a sofre com a doença foi a “falta de informação”. Ele era caminhoneiro, e devido a isso sua alimentação não era correta, comia muito churrasco, carne gorda entre outras coisas, além disso, fumava muito e não praticava exercícios. Sr. Vlademir informa ainda, que mesmo fazendo consulta médica regularmente, nunca foi orientado a ter uma alimentação balanceada, devido a má alimentação a sua pressão subiu.

Ele conta que inicialmente, fazia um tratamento chamado “Pré-diálise”, mas a médica que o atendia adoeceu, sendo assim, não pôde mais acompanhá-lo. Foi assim que foi encaminhado a uma Unidade de Saúde mais próxima à sua casa.

Segundo ele, mesmo passando por várias consultas, seu médico somente trocava a receita, não o informava que aqueles medicamentos que ele utilizava como Captopril, Nifedipina e Adalat, poderiam prejudicar o funcionamento de seus rins, o que levou a paralisação ou atrofiamento de seus dois rins e a dependência de máquinas de hemodiálise para viver.

Ele está na fila aguardando um transplante de rim, mas até isso acontecer faz o necessário para ter uma vida melhor. “Aqui não tem médicos especialistas em transplantes de rins, e as pessoas que eu conheço que já fizeram esse transplante aqui mesmo faleceram”, lamenta.
Enquanto o transplante não chega, a luta é constante, para conseguir apenas um dos medicamentos necessários que custa em torno de R$ 1.500,00 reais, foi necessário acionar a justiça, para evitar o gasto com remédios, que seria de R$ 4.800,00 reais por mês.

Hoje Sr. Vlademir não pode fazer esforço físico algum, o peso máximo que pode pegar é de até 5 kg, pois com pesos excessivos pode ocorrer o rompimento da fístula, que é uma cirurgia feita na veia do braço, específico a hemodiálise.

Ao ser questionado sobre os obstáculos enfrentados no dia a dia, Sr. Vlademir nos se entristecer, quando tenta ajudar os familiares nas tarefas de casa, mas sempre é repreendido por eles dizendo: “-não faça isso, você não pode, isso é muito pesado para você”, ele diz que não é fácil ouvir isso deles, mesmo sabendo que é para o seu próprio bem.

“Aos renais crônicos, o que posso dizer é que não parem o tratamento em hipótese alguma, e aquele que não é renal crônico, que tome muito cuidado com medicamentos de uso contínuo, pressão alta, e certos tipos de comida e bebida, porque a vida de um renal crônico não é fácil! Pois no meu caso mesmo, tenho que ficar 4 horas imóvel, sentado ao lado de uma máquina de hemodiálise com duas agulhas no braço esquerdo e após isso uma injeção bem dolorida no braço direito para evitar anemia, e isso a cada 24 horas, isso realmente não é fácil!”, comenta.

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