Além de transmitir o vírus da dengue, Zika e Chikungunya, o mosquito Aedes aegypti pode transmitir a “Febre do mayaro”, que possui os mesmo sintomas
Sabrina Fernandes
Foto: Jaime Saldarriaga/Reuters |
Pesquisadores
estudam a possibilidade do vírus chamado “Febre do mayaro”, ser transmitido
pelo mosquito aedes aegypti. O vírus é transmitido por mosquitos vetores
silvestres na região Amazônica, porém recentemente foi detectado no Haiti,
segundo pesquisadores da Flórida.
Identificado
pela primeira vez em 1954, o vírus existe em regiões silvestres aos redores da
região Amazônica. Mas recentemente, pesquisadores da Flórida identificaram o
vírus no Haiti, em um menino de oito anos com sintomas de febre e dores
abdominais, o resultado de exames deu positivo à “Febre do mayaro”. Os
pesquisadores então concluíram que o vírus está se espalhando pelo continente.
Teme-se
que o vírus tenha se adaptado durante esse tempo, pois era transmitido somente
pelos mosquitos vetores silvestres, entretanto, agora pode ser transmitido por
mosquitos vetores urbanos espalhados pelo mundo, como o Aedes aegypti e Aedes
albopictus.
A
“Febre do mayaro” possui semelhança com a dengue e chikungunya, os sintomas
são: Febre inespecífica; cansaço; manchas avermelhadas pelo corpo; dores de
cabeça e nas articulações; dores nos olhos, deixando-se o infectado intolerante
à luz em alguns casos. A diferença com os outros vírus são as dores e o inchaço
das articulações, que podem ser mais limitadas e durar meses.
Com
a semelhança com a dengue, zika e chikungunya somente a identificação pelo
quadro clínico não é suficiente para identificar a “Febre do mayaro”. O vírus
pode ser diagnosticado somente através de exames laboratoriais específicos. E
até o momento não existe vacina ou tratamento específico para o vírus, os
médicos dirigem um tratamento somente para o aliviar os sintomas, segundo a Drª
Ana Escobar.
As
medidas de prevenção à “Febre do mayaro” é evitar a proliferação do mosquito
Aedes aegypti, limpar quintal, não deixar garrafas ou outros recipientes que
acumule água parada, entre outras formas. E para se prevenir da picada do
mosquito, o ideal é colocar tela nas janelas, mosquiteiros em berços e camas e
além de usar o repelente.
Segundo
a Organização Mundial de Saúde, os repelentes indicados são a Icaridina, o DEET
e o IR 3535. Os únicos que fazem o papel completo de repelir os mosquitos
transmissores de vírus.
A
Drª Ana Escobar explica sobre o assunto “O Aedes vive só 45 dias, voa
no máximo em um raio de 300 metros de onde nasceu e, para transmitir uma
doença, tem que picar primeiro uma pessoa contaminada para depois picar
uma susceptível. Parece impossível “pegar” uma destas doenças, em se tratando
de um mosquito de 0,5cm de comprimento e aparentemente “frágil”. Mas a
realidade está aí para provar o contrário. Podemos mata-lo com a palma de
nossas mãos. Mas ele certamente também nos pode matar com uma picada
imperceptível. Por isso, protejam-se!”.
Brasil
Foram confirmados 197 casos
do vírus, entre dezembro de 2014 á junho de 2015 nas
regiões de Norte e Centro-Oeste, destacando-se os estados do Pará, Tocantins e
Goiás que registrou 66 casos até fevereiro de 2016, de acordo com o
Departamento e Informática do SUS (Datasus). Todos os infectados, moram ou
estiveram em áreas rurais. “Importante salientar que no Brasil a transmissão
desta doença limitou-se a regiões de mata. Não há relatos, até o momento, de
transmissão urbana” conta a Drª Ana Escobar.