Thalita Magalhães
No século XVI, o rei Henrique VIII quer se separar de sua primeira esposa para se casar com Ana Bolena, mas o Lord Chanceler Thomas More, um católico fervoroso, se recusa a apoiar o divórcio. Para não trair suas convicções, More renuncia sua posição, mas a sua importância é tão grande que, mesmo após a renúncia, o rei continua em busca de seu apoio.
Não é à toa que o filme foi indicado a 21 premiações,
sendo o vencedor de 18 delas. A começar pelo roteiro de Robert Bolt, trabalho
que nos faz admirar ainda mais o personagem Thomas More. Não somente por ele
ser um homem culto e de grande conhecimento político, mas por ser um homem de
convicções e saber defendê-las dentro da lei, respeitando a liberdade dos
outros e pedindo nada além. Todos os diálogos e as filosofias apresentadas nos
fazem refletir acerca de nosso próprio comportamento.
Deve-se reconhecer também que todo o elenco interpretou o
seu personagem com tamanha maestria, algo nada fácil nesse caso, pois tratam-se
de personagens reais e não fictícios, que nos possibilitou entender melhor como
cada um deles vivia e pensava. Além de todos os outros elementos, como o
figurino fielmente desenhado, correspondendo a todos os elementos
característicos do século XVI, a trilha sonora que casou perfeitamente com o
restante de forma que nos permite entrar em conexão com a história.
Mesmo analisando minuciosamente esta obra, é impossível
encontrar algo de negativo. “O homem que não vendeu sua alma” nos desafia a
repensar nossos princípios e a começar uma jornada de autoconhecimento.
Encorajando a defender aquilo que acreditamos, sem nos importarmos com as
consequências.
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Filme: “O
homem que não vendeu sua alma”
Ano: 1966
Gênero:
Drama
Direção:
Fred Zinnemann
Roteiro: Robert Bolt
Elenco principal: Paul
Scofield, Leo McKern, Robert Shaw, Orson Welles, Susannah York, Nigel
Davenport.