RESENHA – Uma jornada de autoconhecimento no épico histórico “O homem que não vendeu sua alma” (1966)

                                                                                                          Thalita Magalhães

            No século XVI, o rei Henrique VIII quer se separar de sua primeira esposa para se casar com Ana Bolena, mas o Lord Chanceler Thomas More, um católico fervoroso, se recusa a apoiar o divórcio. Para não trair suas convicções, More renuncia sua posição, mas a sua importância é tão grande que, mesmo após a renúncia, o rei continua em busca de seu apoio.

            Não é à toa que o filme foi indicado a 21 premiações, sendo o vencedor de 18 delas. A começar pelo roteiro de Robert Bolt, trabalho que nos faz admirar ainda mais o personagem Thomas More. Não somente por ele ser um homem culto e de grande conhecimento político, mas por ser um homem de convicções e saber defendê-las dentro da lei, respeitando a liberdade dos outros e pedindo nada além. Todos os diálogos e as filosofias apresentadas nos fazem refletir acerca de nosso próprio comportamento.

            Deve-se reconhecer também que todo o elenco interpretou o seu personagem com tamanha maestria, algo nada fácil nesse caso, pois tratam-se de personagens reais e não fictícios, que nos possibilitou entender melhor como cada um deles vivia e pensava. Além de todos os outros elementos, como o figurino fielmente desenhado, correspondendo a todos os elementos característicos do século XVI, a trilha sonora que casou perfeitamente com o restante de forma que nos permite entrar em conexão com a história.

            Mesmo analisando minuciosamente esta obra, é impossível encontrar algo de negativo. “O homem que não vendeu sua alma” nos desafia a repensar nossos princípios e a começar uma jornada de autoconhecimento. Encorajando a defender aquilo que acreditamos, sem nos importarmos com as consequências.

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Filme: “O homem que não vendeu sua alma”

Ano: 1966

Gênero: Drama

Direção: Fred Zinnemann

Roteiro: Robert Bolt

Elenco principal: Paul Scofield, Leo McKern, Robert Shaw, Orson Welles, Susannah York, Nigel Davenport.

 


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