Jennifer Ribeiro
Seis amigos nova-iorquinos, um café, relacionamentos que não dão certo e aquela sensação de que tudo ali poderia ter acontecido com você ou um amigo. Sim! Estamos falando de “Friends”. Essa série, paixão de muitos, tem, nos últimos anos, caído no gosto dos mais jovens, mesmo considerando que eram jovens demais ou nem nascidos quando a série foi ao ar em 1994. Com toda essa popularidade, é natural que debates surjam em relação aos assuntos que a série abordou ao longo de suas 10 temporadas.
Muito é falado e até criticado sobre
o fato de apenas atores brancos serem protagonistas na série, já que os poucos
atores negros fazem papéis secundários e têm participações em poucos episódios.
Outra crítica é a forma que o relacionamento de um casal lésbico é tratado em
“Friends”. Vários pessoas acham importante que o casal tivesse mais
participações e notoriedade nos episódios, de maneira que gerasse debates em
torno do assunto. Além desses temas, outros que geram até hoje muita discussão
são o machismo e adoção, já que um dos casais favoritos da série não pode ter
filhos biológicos.
OK. Sei que agora parece uma série
extremamente problemática, mas confesso que é uma das minhas favoritas e gosto
muito do fato de elas provocarem tantas discussões assim. Antes de qualquer hate,
é importante entender que a série aconteceu entre os anos 1990 e começo dos
anos 2000. Já paramos para pensar como o mundo naquela época era fechado para
diversos assuntos e como tanta coisa ainda era um tabu?
Para mim, seja nas roupas, fotografia,
objetos e estilo de vida, “Friends” é um grande reflexo do que o mundo era
naquela época. Afinal, era uma série que não queria refletir o passado ou
futuro, mas sim o presente, e as pessoas se reconheciam no que assistiam, o que
explica todo aquele sucesso. Precisamos lembrar que ainda vivemos em um mundo
caótico e que evoluímos a passos lentos rumo ao equilíbrio mundial, mas o fato
de as pessoas se incomodarem com o que a série mostra já reflete que elas
evoluíram com o tempo (ainda bem!). Além disso, os próprios atores e escritores
já disseram em várias entrevistas que se a série fosse gravada hoje, muita
coisa seria diferente, tanto na escolha dos atores, quanto nos diálogos e
temáticas da série.
Considero “Friends” uma ótima escolha para aqueles dias em que só queremos assistir a algo leve, que não exija atenção absurda, que faça rir e distrair um pouco. A construção da narrativa é viciante. Com o passar de cada temporada e a personalidade dos personagens, ela faz com que criemos um laço pela série e nos sintamos amigos íntimos de cada friend ali. Vontade de poder viajar pra Warner Bros. Studios e tomar um café no Central Park, né, minha filha?!