Local onde havia casas construídas, hoje existe apenas mato e lixo
Thalysson Pereira
Local onde moravam as famílias da área do comodato,
localizado na rua Marginal Balsamo, no bairro Universitária 2, Cohab – região
leste de Campo Grande, está preocupando os moradores do local. O mato alto
repleto de lixo, além de abrigar animais peçonhentos, também pode servir como
esconderijo para usuários de drogas e criminosos.
Já se passaram dois anos que as casas foram demolidas e
até o momento, nada foi realizado para ajudar as pessoas do local. A moradora
identificada como Roseli Baez de 62 anos, informou para a equipe de reportagem,
que nesse período o lugar foi limpo uma única vez. Isso logo após as
residências serem derrubadas.
Além do mato alto, uma grande quantidade de lixo é
descartada irregularmente no terreno que antes servia como moradia para muitas
famílias, fazendo assim com que o local se torne um lixão a céu aberto.
O aposentado Vicente Goes Sene é morador do bairro há 30
anos e relatou que a situação na região é precária, e até agora, nenhuma
providência foi tomada “O bairro é uma área crítica principalmente em questão a
dengue, pois, é cercado por córrego e após a saída dos antigos moradores a
prefeitura não fez limpeza nenhuma”, disse Vicente.
Além dos riscos oferecidos à saúde dos moradores,
a região tem se tornado muito perigosa. Os moradores relataram à reportagem que
estão se sentindo inseguros e têm medo de caminhar pela Marginal Bálsamo em
razão do índice de criminalidade. A dona de casa Dina, de 62 anos, reside em
frente do terreno tomado pelo mato e disse que os moradores da região foram
removidos do local com a promessa de que no lugar fosse construída uma pista de
caminhada. E relatou ainda que o bairro se tornou perigoso após a mudança.
“O bairro era mais seguro quando tinha moradores em frente e ao
lado. Agora, é isso que todos estão vendo, mato e lixo tomando conta, isso é
ruim. A gente sai durante a noite, e quando voltamos, não sabemos o que pode
acontecer. Tem pessoa que se esconde no escuro”, contou.
Roseli Baez também reclama do perigo e diz que os criminosos não
escolhem o horário para agir. A campo-grandense relatou que, inclusive, já foi
abordada por assaltantes em pleno a luz do dia, e que tem medo de sentar na
frente da sua própria casa.
“Já fui abordada por um homem de bicicleta na esquina de casa, e
outra vez, por um motoqueiro quando estava acompanhada do meu filho no portão da
minha residência. Não posso sentar do lado de fora, pois coloco a minha vida em
risco”, destacou Roseli.
A reportagem entrou em contato com a prefeitura para saber qual o destino que será dado ao terreno que foi desocupado, pois segundo os moradores havia uma promessa para construção de uma pista de caminhada no local.
Outro questionamento feito pela reportagem foi também sobre a situação que está no local em relação à falta de segurança. Porém, até o fechamento da edição a prefeitura não encaminhou nenhuma resposta.