Aumentar a renda no campo e eliminar os danos ambientais são algumas das metas
Jurandi Libero
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Foto: Senar |
O Sistema
integrado de produção engloba a tríade floresta, cultura e criação. Essa maneira de
cultivo tem sido aplicada muito bem na região Centro-Oeste. Este sistema vem
sendo implantado no Brasil a aproximadamente dez anos, mas já era implantado no
despertar da humanidade, mas em pequenas propriedades e usavam diversas
culturas juntas.
A Embrapa
foi a pioneira no desenvolvimento deste com quem desenvolveu, junto com outras
instituições, o sistema integrado de produção que envolve produção de grãos,
fibras, madeira, energia, leite ou carne na mesma área, em plantios em rotação,
consorciação e/ou sucessão. O sistema funciona basicamente com o plantio,
durante o verão, de culturas agrícolas anuais (arroz, feijão, milho, soja ou
sorgo) e de árvores, associado a espécies forrageiras (braquearia, Jaraguá e
outras espécies de gramineas ou panicum).
Há várias
possibilidades de combinação entre os componentes agrícolas, pecuário e
florestal, considerando espaço e tempo disponível. Resultando em diferentes
sistemas integrados, como lavoura-pecuária-floresta (ILPF), lavoura-pecuária
(ILP), silviopastoril (SSP) ou agroflorestais (SAF).
Em Mato
Grosso do Sul torna-se mais fácil à implantação deste consórcio devido às terras
pouco férteis, as propriedades com grandes extensões, ao clima que costumam ser
extremos e aos longos períodos de estiagem e por já existirem grandes plantios
de eucaliptos, herança dos anos 70.
A
professora Denise Pedrinho, do curso de Agronomia da Uniderp, explica que este
tipo de cultivo tem crescido nos últimos anos, pois permite um aproveitamento
melhor do solo o que garante um ganho superior aos métodos produtivos
tradicionais, e também uma recuperação mais rápida de áreas degradadas devido
ao mau uso do solo, ajuda também no equilíbrio do efeito troca de gases e um
enorme benefício social. “Há uma contratação por mais mão de obra e
qualificação destas culturas e seus manejos” ressalta a professora.
Atualmente
devido à crise ambiental, este sistema está sendo aplicado com maior
frequência. E os benefícios são muitos como: um aumento na diversidade vegetal,
plantas arbóreas que arejam e melhora o solo e melhoram a ciclagem de nutrientes,
e de aumento de matéria orgânica no solo, melhora da qualidade do ar, solo mais
ativo, diminuição do índice de desmatamento, economia e proteção do lençol
freático e sem abertura de novas áreas nativas para aumentar o plantio. Isto
também ajuda no conforto animal, que por ter menos stress passa a produzir
mais.
O sistema
também foi implantado em diversas regiões do país. No Sul usa-se o sistema dueto,
ou seja, Lavoura/pastagem e lavoura/lavoura (que intercala plantas diferentes
que podem ser arroz irrigado/pastagem, soja/trigo, soja/milho,
floresta/frutíferas. Frutíferas/pastagem na região serrana). No Paraná, usa o
plantio direto e com alternação de lavouras, soja/milho, soja/trigo e também
frutíferas/pastagens.
Já na
Região Norte segue o sistema duplo de floresta/cultura para as pequenas
propriedades e para as grandes, o uso ideal é floresta/pecuária, muito similar
ao sistema na região Centro-Oeste, mas tem que levar em conta as
particularidades próprias do solo e da região.
Destes
sistemas, o mais complexo é o IFLP, pois cada ciclo tem um tempo diferente. A
floresta leva de cinco a sete anos para ser explorada enquanto que a lavoura
tem um período de até duas safras anuais, e a pecuária tem uma vida útil
equivalente ou superior à floresta. Portanto o agricultor ou pecuarista deverá
levar em conta os custos, tempo, condições financeiras e trabalho, mas a
princípios são investimentos para uma década, no mínimo. Por isto é muito
importante consultar os órgãos de extensão e pesquisa rural para um bom
projeto.
*matéria editada dia 29/10/2019.